Olá, Geekviolinist!
A inclinação do arco é algo que pode variar bastante. Por exemplo, quando se conduz o arco do talão à ponta e vice-versa, costuma-se variar a inclinação da crina, usando-a mais inclinada na região do talão e gradativamente deixando-a mais e mais plana até chegarmos ao meio do arco. Além disso, a inclinação da crina pode ser bastante útil para criar timbres diferentes, sendo que a crina plana tem, naturalmente, mais sonoridade do que a crina inclinada e isso se aplica, inclusive, a certos golpes de arco, como o spiccato, por exemplo, em que o tipo de som pretendido pode ser alcançado com a variação da inclinação da crina. Outro golpe de arco que é muito pessoal mas pode ser beneficiado pelo uso de menos crina é o staccato, que é auxiliado na velocidade e articulação. Por fim, creio que nós não devemos usar somente um tipo de inclinação e, sim, dominar todas elas para um técnica mais completa e eficaz. Este é um processo em que sentimos bastante estranheza e desconforto inicialmente, já que, a princípio, vai contra nossa memória muscular (assim como qualquer mudança técnica). Portanto, recomendo que se estude lentamente percebendo como se equilibram os elementos da condução de arco (velocidade, ponto de contato e pressão/peso) com essa nova configuração da crina e podemos nos concentrar neste aspecto, primeiramente, em cordas soltas e escalas, mas não nos esquecendo disso nos estudos e repertório, mesmo que seja muito mais difícil focarmos em tudo o que acontece quando o que tocamos exige atenção simultânea em vários elementos técnicos.
Espero ter ajudado.
Abraço e bons estudos!