Direcionamento do violinista.

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  • #343

    Quando um violinista deseja ser exclusivamente um solista,, em que caminho ele deve focar? qual as especificidades da sua trajetória em relação a violinistas com outros objetivos?

    #344

    Oi, Matheus! Que bom que você conseguiu postar aqui 🙂
    Vamos então à sua pergunta. Se eu tivesse um aluno que me falasse que gostaria de ser solista, (pensando na área da música erudita – me corrija se eu estiver errada em relação à dua dúvida), eu teria várias considerações a fazer:
    – É necessário se dedicar muito ao instrumento. Muito mesmo. Pelo menos 4 a 5 horas por dia, seis dias por semana. Solistas renomados mantém uma rotina de estudos assim no decorrer de toda sua carreira;
    – É necessário ter um professor bom, que conheça esse objetivo e que oriente o aluno para isso. Currículo é importante neste caso – professores famosos vão abrindo as portas para os seus alunos no mercado de trabalho;
    – É ideal que o aluno resida em um local com oportunidades de trabalho condizentes com os seus objetivos (por exemplo, que tenha orquestras para ele solar e adquirir experiência como solista);
    – É importantíssimo fazer (e de preferência, vencer ou ser finalista) concursos nacionais e internacionais para que o violinista seja suficientemente conhecido pelos seus pares;
    – Pelo mesmo motivo, é ideal que se participe de muitos festivais (nacionais e internacionais) e masterclasses em geral;
    – É necessário estudar um repertório amplo (muitos concertos, sonatas, peças virtuosísticas, etc.) e ter alguns “cavalos de batalha” (peças que ele toca muito bem e que estão sempre prontas e memorizadas para serem tocadas a qualquer momento);
    – É desejável que ele possua um bom instrumento, que favoreça tanto o seu desenvolvimento quanto a sua performance;
    – É bom que se tenha uma boa presença de palco e que tenha gosto pelo ato de fazer performances públicas;
    – Por fim, é um campo de trabalho que além de dedicação, depende de sorte também (conhecer as pessoas certas, nos momentos certos, nos locais certos, etc.). Isso significa que é sempre bom ter um plano B sem se sentir frustado se for o que acabar acontecendo. Tem muitos violinistas excelentes no mundo que não conseguem sobreviver apenas dos palcos, tendo que recorrer à carreiras paralelas como professores ou músicos de orquestra, por exemplo.

    Acho que as diferenças em relação à formação de outros tipos de músicos são: 1) pressão e dedicação geral; 2) amplitude de repertório; 3) necessidade de ter bons contatos; e 4) necessidade de participar de concursos.

    Se ficar mais alguma dúvida, é só responder aqui no tópico novamente.
    Abraços e sucesso nos estudos.

    #345

    Oi, Matheus!

    Além de endossar todas as considerações da Bruna, creio que um ponto em comum nos históricos dos solistas é uma inicialização ao violino já nos primeros anos de vida, entre os 3 e 7 anos de idade (claro que pode haver exceções), e todos são ensinados, desde o início, por bons professores do instrumento. Entretanto, mesmo cumprindo todos os quesitos de qualidade técnica, musical e performática, a sorte é um dos grandes pontos neste jogo. Vemos inúmeros excelentes violinistas sendo premiados ano após ano em concursos internacionais renomados e nem todos alcançam o mesmo patamar. Portanto, apesar de achar que este é um campo de atuação profissional magnífico, creio que ninguém deve se prender somente a esta opção, já que isso pode levar a uma grande decepção com o violino. Assim, eu aconselharia alguém que tem este sonho a, sim, correr atrás dele, mas sem negar outras possibilidades, ainda mais que muitos solistas em nosso tempo também tem uma forte atuação como professores, por exemplo.

    Abraços e bons estudos!

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