PRIMEIROS ESTUDOS MUSICAIS

Flausino Rodrigues Vale (1894-1954) foi violinista, compositor, professor do Conservatório Mineiro de Música (localizado em Belo Horizonte – MG) e advogado. Nascido em Barbacena – MG, teve pouca instrução musical: estudou teoria e solfejo com Camilo de Castro e durante quatro anos e meio teve aulas do instrumento com seu tio por parte de mãe, João Augusto de Campos, sendo esse seu único período de educação formal em música. Apesar do relativo pouco tempo de estudo, Flausino Vale demonstrava aptidão e dedicação ao instrumento – pela leitura de suas anotações, sabemos que neste pequeno período o jovem violinista concluiu os estudos das 24 Matineés de Pierre Gaviniés e os 24 Caprichos de Nicolò Paganini, repertório de alto nível de exigência técnica [1]. Posteriormente, Flausino Vale seguiu estudando sem orientação, possuindo sempre “o afã de desenvolver a técnica do instrumento e constantemente praticava, escolhendo sempre as passagens mais complexas e mais difíceis” [2]. Sobre este fato, Guerra-Peixe indaga:

Seria [Flausino Vale] um autodidata a partir de então? Essa estória de autodidata muitas vezes é o pretexto daquele que não quer ter a humildade de se submeter a um estudo sério. Mas o autodidata existe, evidentemente; porém é necessário que, para realizar algo de proveitoso, tenha a cabeça arrumada, o cérebro bem ordenado […] E Flausino Vale confirma isso. Os quatro anos de aprendizado com o seu tio deveriam ter dado o resultado de dez ou doze [anos], e daí por diante cabe ao artista organizar o seu progresso sem precisar da ajuda de alguém (GUERRA-PEIXE apud MILEWSKI, 1985, p. 21).

Como violinista, Flausino Vale foi reconhecido em sua época pelo seu domínio técnico. Durante a inauguração do Conservatório Mineiro de Música, o violoncelista tcheco Bogumil Sykora (1884-1953) pôde ouvir Flausino tocando e, impressionado, registrou por escrito o seguinte depoimento:

Flausino Vale é um dos maiores talentos que já encontrei em minha vida. É simplesmente um fenômeno ao violino, toca com absoluta afinação as passagens mais difíceis, seu som canta e ele toca com sincera sensibilidade, vigor e brilhantismo. Se mostrar seu talento ao mundo, terá um dos maiores nomes e será orgulho para seu país (FRÉSCA, 2010, p. 53).

FLAUSINO VALE, RIO DE JANEIRO E VILLA-LOBOS

Flausino Vale, no entanto, nunca alcançou em vida uma grande projeção como violinista ou compositor. Em algumas ocasiões buscou oportunidades de trabalho no Rio de Janeiro (a capital brasileira daquela época), onde poderia ter mais chances de ser reconhecido por sua atividade musical, visto que Belo Horizonte ainda era uma jovem metrópole. Correspondendo-se com o amigo, também violinista-compositor, Marcos Salles, Flausino Vale expressou seu sonho de mudar-se para o Rio de Janeiro [3], sonho este que nunca se concretizou.

Em 1947, durante uma de suas tentativas infrutíferas de mudança para o Rio de Janeiro, Flausino Vale fez contato com Heitor Villa-Lobos, que se encantou com a forma única e autêntica que caracterizava o estilo violinístico de Vale. Entusiasmado, Villa-Lobos logo decidiu apresentar este violinista ao meio artístico carioca como o “Paganini brasileiro”. Celso Brant (1920-2004), crítico musical e jornalista do Diário da Tarde, escreveu um artigo de 8 de outubro de 1947, em que relatou que Villa-Lobos pretendia apresentar Flausino Vale, não só ao Brasil, como também ao mundo, afirmando que os artistas tinham muito o que aprender com o violinista brasileiro [1]. Aparentemente, porém, esta “promessa” de Villa-Lobos nunca foi cumprida.

Além de demonstrar uma série de habilidades técnicas com o instrumento, Flausino Vale também marcou a história do violino brasileiro através de suas composições. Segundo Guerra-Peixe, não há nenhum registro que comprove que Flausino tenha feito aulas de composição ou mesmo de matérias relacionadas, como contraponto e fuga. Através do “talento e consciência de suas possibilidades, [Flausino Vale] soube dar vazão à sua criatividade, tal como fizera como executante de violino” [2]. Embora tivesse consciência de suas limitações como compositor, Flausino Vale reconhecia o valor de suas composições – ainda assim, contudo, não compreendido:

Seus familiares lhe diziam que tocasse menos suas composições, que não valiam nada. [Flausino Vale] não era atingido por esta opinião desanimadora, pois tinha consciência do que fazia. Dizia apenas: “Depois que eu morrer vocês poderão julgar melhor se têm ou não valor” (MILEWSKI, 1985, p. 11).

Defensor do violino como instrumento autônomo, Flausino Vale provava seu argumento tanto através de seu trabalho como arranjador e compositor quanto como performer. Em suas apresentações, sempre intercalava o repertório com uma ou duas de suas transcrições

[…] invariavelmente repletas de notas dobradas, harmônicos, escalas ascendentes e descendentes etc., que enriqueciam de tal maneira a melodia, que realmente dispensava qualquer acompanhamento (MILEWSKI, 1985, p. 12).

FLAUSINO VALE E O FOLCLORE BRASILEIRO

Mesmo sendo um violinista conhecido no cenário belorizontino, Flausino Vale nunca atuou como professor do instrumento no Conservatório Mineiro (excetuando-se o período em que substituiu por seis meses o professor de violino George Marinuzzi) [4]. Lá, lecionou as disciplinas de história da música, de 1927 até o fim de sua vida. Foi durante a década de 1930 que Flausino Vale passa a ser respeitado por outro saber musical: o folclore brasileiro, assumindo, também, o ensino desta disciplina no Conservatório. Seu conhecimento e domínio do tema foram:

[…] acumulados, seja por leituras ou pesquisas de campo, mas, sobretudo, por uma vivência empírica com a música popular e tradicional (FRÉSCA, 2010, p. 63).

Flausino Vale, contudo, não se restringiu apenas a lecionar a disciplina de folclore brasileiro:

As aulas de folclore antecederam o lançamento de seu livro que conheceu maior repercussão: Elementos do folclore musical brasileiro [5], pela Companhia Editora Nacional, em 1936. A obra estava dividida nos seguintes capítulos: “A importância do folclore”, “A música dos aborígenes no Brasil”, “A música dos africanos no Brasil”, “Os costumes do povo ligados à música”, “Característicos da música brasileira” e “O canto coral”. Lançado após o Ensaio sobre a música brasileira (1928) de Mário de Andrade e Estudos de folclore (1934) de Luciano Gallet, o livro incorpora informações destes, bem como de estudos de Renato de Almeida (notadamente sua História da música brasileira, de 1926), e traz preocupações semelhantes, valorizando as manifestações populares tradicionais na intenção de se criar uma música de concerto dita “brasileira” (FRÉSCA, 2010, p. 63).

Devido a este conhecimento e interesse musicais similares, Flausino Vale tem contato com Curt Lange (1903-1997), musicólogo teuto-uruguaio que se dedicou à pesquisa de campo da música latino-americana. Graças à sua estadia no Brasil, Lange teve uma maior interação com Vale e, por conta da vivência e interesse do violinista pela cultura mineira, o incentivou a “criar e participar [da] Comissão Mineira de Folclore, em 1948” [6].

Esta vivência e pesquisa de Flausino Vale com a cultura popular brasileira deixou reflexos em seu pensamento e produção musicais. Localizado na periferia dos movimentos culturais brasileiros, Vale permaneceu atento às publicações e discussões artísticas do país e seguiu caminhos muito semelhantes às visões da segunda fase modernista no Brasil (1924 e 1929). Liderada por nomes como Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954) e Heitor Villa-Lobos, o movimento propôs a criação de uma cultura genuinamente nacional, buscando elementos das manifestações populares que fossem incorporados e transformados em uma arte erudita. Neste contexto, o conhecido livro Ensaio sobre a música popular [7], publicado em 1928, busca estabelecer bases para uma música verdadeiramente brasileira, ligada às raízes nacionais, incorporando elementos da cultura indígena, negra, sem desconsiderar as bases técnicas da música europeia, fundindo as “três raças” de modo a resultar numa produção musical interessada – com função social – e nacional. Semelhantemente, Flausino Vale afirma:

A música brasileira tem que vir do sertão no bojo de uma viola. Nosso hinterland [interior ou sertão] continua a ser o vasto conservatório de música nacional. E assim como só os engenheiros de minas sabem varar as penhascosas brenhas e buscar o precioso metal nas entranhas da terra, também somente os músicos de prol poderão trazer do coração do país suas gemas musicais, e afeiçoá-las convenientemente (VALE, 1978, p. 8).

Como cidadão natural de Barbacena – MG, interior mineiro, Vale, além de intenso e entusiasmado pesquisador, nasceu em um meio às práticas culturais populares do interior brasileiro. Desta maneira, podemos observar que seu trabalho em prol de uma música genuinamente nacional não foi somente documentar os resultados de suas investigações – compilados no já referido livro Elementos do folclore popular brasileiro [5]. Ele foi além, incorporando seus conhecimentos à produção de uma música realmente brasileira para o violino desacompanhado, esforço que deu origem aos 26 Prelúdios Característicos e Concertantes para violino só. Para o violinista-compositor, o valor de suas obras residia em seu conteúdo nacionalista, no

transbordamento de um coração bravio, que vibrava em uníssono com o canto dos sabiás e o martelar das arapongas, misturado à doce sinfonia dos regatos e o ranger das porteiras e dos carros de boi (MILEWSKI, 1985, p. 12).

OS 26 PRELÚDIOS CARACTERÍSTICOS E CONCERTANTES PARA VIOLINO SÓ

Dentre a produção musical de Flausino Vale, os 26 Prelúdios Característicos e Concertantes para violino só são, provavelmente, a obra mais conhecida do violinista mineiro. Escritos durante um período de aproximadamente 30 anos, seus prelúdios foram concebidos, inicialmente, como um conjunto de nove peças intitulado Suíte mineira (1922-1929). Segundo Frésca [1], este projeto inicial teria um vínculo estreito com a cultura regional mineira, refletindo as características de seu povo. Flausino Vale tinha a intenção de publicar este material, ideia que vigorou até o início da década de 1930, como registra o manuscrito datado de 1932 e endereçado ao Instituto Nacional de Música [1]. Entretanto, não se pode precisar quando Vale abandona a Suíte mineira e parte em busca de um projeto mais “ambicioso”, que buscava não somente retratar a cultura regional, mas, sim, uma cultura nacional. E assim surgem os prelúdios característicos e concertantes.

Apesar de ter escrito obras para outros instrumentos e formações, Vale tinha especial apreço pela sua produção para violino desacompanhado[8], visto que o compositor:

[…] sempre buscou mostrar a independência do violino [e] enxergava nessas peças o melhor de sua realização (FRÉSCA, 2010, p. 151).

Vemos esta importância atribuída por Flausino Vale às suas obras solo, inclusive, através do interesse e luta pela publicação integral de seus prelúdios. Dentre as várias tentativas para publicar sua composição, Vale enxergou em Curt Lange uma possibilidade de concretização de seu desejo, talvez, pelo mútuo interesse na música folclórica. Reproduzimos aqui uma correspondência entre Flausino Vale e o musicólogo Curt Lange, datada de 1953, em que o violinista fala sobre suas composições e a possibilidade de publicação:

Quanto aos meus PRELÚDIOS continuo burilando-os. São 26. Meu máximo ideal é conseguir a sua publicação. (…) O ‘Ao pé da fogueira’ lançou meu nome no mundo todo, pois tem sido executado pelos maiores violinistas do planeta; (…) Tenho certeza que o editor não perderá nada; pois serão procurados por todos os virtuoses e, certamente, serão adotados nos conservatórios como estudos de técnica moderna, sendo, ao mesmo tempo concertantes (VALE apud FRÉSCA, 2010, p. 102).

Contudo, mesmo despendendo esforços por boa parte de sua vida com a finalidade de ver sua obra publicada, Flausino Vale nunca viu seu sonho se concretizar. Dentre as poucas obras publicadas de forma individual, encontram-se os prelúdios Batuque, Casamento na roça, Ao pé da fogueira e Asas inquietas. Não se sabe ao certo como, mas o célebre violinista Jascha Heifetz (1901-1987) teve contato com o prelúdio Ao pé da fogueira e compôs uma parte de acompanhamento para piano. Publicou esta nova versão, gravou a obra em 1945 (clique aqui para assistir) e ainda deu masterclasses sobre ela. Além de ter lançado o nome de Flausino Vale ao mundo [1], este é, provavelmente, o motivo do violinista brasileiro não ter caído em completo esquecimento (FRÉSCA, 2010, p. 152). Somente assim, a obra de Flausino Vale foi divulgada, gerando a curiosidade dos maiores violinista de seu tempo, como Jascha Heifetz, Isaac Stern, Zino Francescatti (1902-1991), Ruggiero Ricci (1918-2012) e Henryk Szeryng (1918-1988), músicos que executaram e gravaram sua obra. Cada um desses nomes, inclusive, é alvo de dedicatória de alguns dos 26 Prelúdios Característicos e Concertantes para Violino Só [1].

Outro fato curioso sobre as obras de Vale é o seu significativo interesse e difusão por violinistas estrangeiros:

Isso fica ainda mais evidente quando se analisa a programação de casas e entidades como os Teatros Municipal de São Paulo e do Rio de Janeiro, além das Sociedades de Cultura Artística de São Paulo e Minas Gerais. Em todas elas, Flausino teve sua obra Ao pé da fogueira executada diversas vezes. No entanto, todas essas execuções, sem exceção, deveram-se a músicos de outros países (FRÉSCA, 2010, p. 160).

No Brasil, quem mais se interessou pela música de Flausino Vale foi também um estrangeiro: o polonês Jerzy Milewski (1946-2017). Em 1984, Milewski registrou em vinil a primeira gravação (quase) integral dos prelúdios, gravando 21 deles (Suspiro d’Alma, Marcha Fúnebre, Canto da Inhuma, Ao pé da fogueira – curiosamente – e Prelúdio da Vitória não foram gravados no seu disco “Flausino Vale: prelúdios característicos e concertantes”, de 1984). Um ano depois, em 1985, o violinista polonês organizou a publicação de um livro dedicado a contar a história de Flausino Vale, reunindo depoimentos e relatos sobre o mineiro de Barbacena. Esta obra continha, ainda, um vinil com gravações do próprio Vale [2]. Em 1993, Hermes Alvarenga [8] foi o primeiro brasileiro a pesquisar em sua dissertação de mestrado os 26 Prelúdios, discorrendo sobre a vida de Flausino Vale, além de aspectos musicais e violinísticos da obra.

Somente em 2011, graças à parceria da musicóloga Camila Frésca e do violinista Cláudio Cruz, vemos um maior interesse pela música de Flausino Vale por parte dos músicos brasileiros. Desta parceria resultaram, finalmente, a primeira edição e gravação integrais dos 26 Prelúdios Característicos e Concertantes para Violino Só.

Além do valor violinístico, Flausino Vale expressa sua convicção (em carta para Curt Lange) quanto ao valor pedagógico de seus prelúdios, que passam a apresentar, portanto, dupla função.

[…] o grande interesse dessas peças residiria no fato de serem obras tanto de estudo como de concerto, além de mostrarem que o violino é um instrumento autônomo, prescindindo de outros para acompanhá-lo. Por isto mesmo, seriam peças a exigir técnica elevada e segura dos intérpretes (FRÉSCA, 2010, p. 110).

Para Jerzy Milewski, Flausino Vale:

Deixou composições em todos os estilos, porém brilhou mais nos prelúdios. São peças leves, de curta duração, geralmente de técnica tão transcendente que poucos artistas podem executá-las. Neles, desfila sua biografia. São registros musicais de passagens tristes às vezes, e às vezes jocosas. Batuque recorda o dedilhar da viola de seu saudoso ‘vovô Flausino’. Suspiro d’alma é uma confissão de amor, ou talvez, quem sabe, uma lembrança de seu primeiro caso amoroso. Marcha Fúnebre brotou-lhe em súbita inspiração em um momento de dor, quando carregava o caixão de sua muito querida mãe. Rondó Doméstico é uma cena familiar; a alegre correria de seus pirralhos que lhe interrompem uma terna melodia. Casamento Na Roça evoca a alegria ingênua e muito mineira dos festejos sertanejos, com violas e desafios, fogueiras e quadrilhas. A Porteira da Fazenda é um hino de brasilidade. Ao Pé da Fogueira interpreta o alegre aconchego nas frias noites de junho. Viola Destemida, Tico-tico, A Mocinha e o Papudo, Pai João, Folguedo Campestre, Requiescate in pace, Viva S. João, Mocidade Eterna, são alguns dos títulos que descrevem per si a personalidade de Flausino Vale, este músico simples, rabequista, como dizia, mas cujo valor estava nesta mesma simplicidade, por que escreveu aquilo que sentia, sem preocupação de agradar a ninguém, nem de seguir esta ou aquela escola, obedecendo apenas aos impulsos mais íntimos de sua alma de verdadeiro artista (MILEWSKI, 1985, p. 13).

Ainda, os 26 Prelúdios Característicos e Concertantes para violino só:

 […] revelam um enorme domínio do instrumento e muita imaginação. Algumas são quadros poéticos do folclore ou da vida do interior. Há os que revelam uma sensibilidade quase ingênua – como as pequenas peças que exploram o pizzicato. Outras exigem considerável virtuosismo. Em todas, muito espírito e muito sentimento de brasilidade (HORTA apud MILEWSKI, 1985, p. 47).

Neste sentido, os prelúdios de Flausino Vale carregam em si uma forte brasilidade interiorana, demonstrando o conhecimento e vivência das manifestações populares pelo compositor. Como forma de caracterizar o ambiente e o folclore brasileiros em sua obra, Hermes Alvarenga destaca dois procedimentos utilizados por Flausino para atingir a pretendida caracterização: a imitação e a descrição musical. A descrição musical tem aspecto mais subjetivo, relacionado às sugestões dos títulos de cada prelúdio. Já na imitação:

[…] o compositor procura transcrever em seu texto musical a sonoridade peculiar do objeto imitado, usando os recursos disponíveis no violino ou fazendo experimentações em busca de alternativas que traduzem suas ideias (ALVARENGA, 1993, p. 35).

É necessário apontar que Flausino Vale, através de sua formação quase autodidata, utilizou-se daquilo que aprendeu em seus estudos e pesquisas para criar sua própria forma de expressão, unindo o virtuosismo concertante à característica cultura brasileira popular, conectando a tradição europeia às manifestações folclóricas, área de interesse e pesquisa de Vale, demonstrando estreito vinculo entre sua história pessoal e sua criação musical.

Por fim, não deixe de clicar aqui e conferir a minha gravação dos 26 Prelúdios característicos e concertantes para violino só de Flausino Vale. Ouça também o próprio Flausino tocando dois de seus prelúdios — o VI. Repente e o I. Batuque:


Texto extraído e adaptado da tese de doutorado intitulada “Marcos Salles, Flausino Vale e Nicolò Paganini: análise comparativa entre caprichos e prelúdios para violino solo”, de autoria de Álisson Carvalho Berbert (UNIRIO, 2020).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] FRÉSCA, Camila. Uma extraordinária revelação de arte: Flausino Vale e o violino brasileiro. São Paulo: Annablume, 2010.

[2] MILEWSKI, Jerzy (coord.). Flausino Vale, o Paganini brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Europa, 1985.

[3] SALLES, Marena Isdebski; SALLES, Vicente. Marcos Salles: uma vida. Brasília: Thesaurus, 2010.

[4] PAULINYI, Zoltan.  Flausino Vale e Marcos Salles: influências da escola franco-belga em obras brasileiras para violino solo.  197 fls. Dissertação de mestrado. Departamento de Música, Universidade de Brasília, Brasília, 2010.

[5] VALE, Flausino. Elementos de folclore musical brasileiro. São Paulo: Brasiliana, 1978.

[6] PAULINYI, Zoltan. Transcrições de Flausino Vale para violino solo. Revista Brasileira de Música, Rio de Janeiro, v. 24, nº 1, p. 71-88, janº/junº 2011.

[7] ANDRADE, Mário de. Ensaio sobre a música brasileira. São Paulo: Poeteiro Editor Digital, 2016.

[8] ALVARENGA, Hermes Cuzzol. Os 26 Prelúdios característicos e concertantes para violino só, de Flausino Valle: aspectos da linguagem musical e violinística. 1993. 115 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1993.